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Fonte: http://faetrural.com.br/noticias-1693-faet-busca-apoio-para-produtores-prejudicados-com-as-chuvas-intensas.html

FAET BUSCA APOIO PARA PRODUTORES PREJUDICADOS COM AS CHUVAS INTENSAS

04/02/2022 21:03:29

“Fizemos uma rodada de reuniões e audiências com órgãos e entidades estratégicas que poderão contribuir para amenizar o drama de centenas de produtores rurais em todo o Estado, que foram atingidos de alguma forma pelas fortes chuvas de janeiro. Saímos otimistas com o que ouvimos e tenho certeza que em breve vamos estar chegando na ponta pra ajudar quem precisa”, destacou Paulo Carneiro, presidente do Sistema FAET/Senar. Ao lado do superintendente da FAET, Frederico Sodré, ele esteve nas Secretarias Estaduais da Agricultura e de Infraestrutura, na AGETO (Agência Tocantinense de Transporte e Obras) e na CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), empresa pública ligada ao Ministério de Desenvolvimento Regional.

Nas audiências nas secretarias e na reunião na autarquia federal, Paulo Carneiro explicou que os produtores ainda contabilizam os prejuízos causados pelo excesso de chuvas no Tocantins, quando as precipitações foram praticamente o dobro do previsto. Segundo o presidente do sistema FAET, em levantamento realizado pelo Senar ficou constatado que mais de 70% dos produtores tocantinenses foram afetados pelas chuvas, como é o caso de cerca de 50 piscicultores do município de São Miguel do Tocantins, assistidos pelo Senar, que praticamente perderam toda a produção.

“Fomos aos órgãos porque a FAET e o Senar vão ajudar os produtores a se reerguer, mas com a ajuda do poder público e de outras entidades governamentais, o alcance da iniciativa vai ser maior ainda”, destacou Frederico Sodré. Para ele, outra ação do sistema foi a de propor parcerias que também incluiriam as prefeituras e a iniciativa privada, para a realização de uma “força tarefa” para recuperar as estradas estaduais e vicinais. Destacou ainda que muitas regiões foram atingidas no Tocantins e muitas propriedades ficaram praticamente isoladas por conta das más condições da estrada e do comprometimento de pontes e bueiros.

 


 


COMPROMISSOS

Na secretaria de Agricultura, o secretário Jaime Café se prontificou a apoiar a retomada dos trabalhos dos piscicultores em São Miguel. Segundo ele, a Seagro e o Governo do Tocantins vão estar juntos com a FAET para encontrar uma forma de resolver o problema dos produtores em definitivo porque a região é muito suscetível a enchentes. “Vamos enviar uma equipe técnica para avaliar e pensar numa solução e também podemos fornecer alevinos para que eles possam retomar as atividades”, destacou.

Do presidente da AGETO, Márcio Pinheiro e do secretário estadual de Infraestrutura, Jairo Mariano, os dirigentes da FAET receberam o compromisso de que as ações emergenciais já estão em curso, mas que em breve o Governo vai aumentar a estrutura destinada a recuperação das estradas de terra, realizando serviços que possam ser mais duradouros. E também após o período chuvoso vai intensificar a restauração da malha viária estadual que foi comprometida com as fortes chuvas. “Enquanto estiver chovendo, vamos estar enxugando gelo, porque os trabalhos não resistem muito tempo”, disse Márcio Pinheiro.

Na Codevasf, o superintendente Homero Barreto se comprometeu a estudar uma forma de ajudar nestas ações em prol do produtor rural do Tocantins. Ele não descartou a possibilidade de fornecer máquinas e equipamentos que possam socorrer os piscicultores de São Miguel, mas também somar aos esforços de melhoria das estradas estratégicas para o agronegócio do estado.


PESQUISA

Para diagnosticar a situação no Tocantins, o sistema FAET/Senar realizou pesquisa sobre os impactos causados pelas chuvas intensas de janeiro, ouvindo produtores rurais, técnicos de campo e supervisores da entidade, além dos presidentes dos Sindicatos Rurais e parceiros importantes como prefeitos de municípios onde a atividade agropecuária é bem significativa. No levantamento ficou constatado que 77% dos produtores rurais tocantinenses teve algum tipo de prejuízo com as chuvas em janeiro e 61% deles relataram problemas como excesso de umidade no solo (encharcamento) e inundação de lavouras e pastagens.

A pesquisa do sistema apontou que 44,8% das propriedades prejudicadas lidam com a bovinocultura de corte e leite, 32,7% com tanques de psicultura e 22,4% com agricultura, em especial com a produção de grãos e frutas. Os produtores rurais afirmaram que o maior problema, 47,4%, é com a situação das estradas, tanto vicinais como estaduais, situação que para 36,7% dos entrevistados está provocando o isolamento das propriedades. No levantamento, 8,8% apontaram problemas com os implementos e 7% relataram danos nas benfeitorias rurais (sede, currais, barracões e outros).

Para 48% dos entrevistados são as prefeituras que estão mais ajudando os produtores rurais no momento e que para 20% deles são os próprios produtores que estão tendo que resolver os problemas. A pesquisa apontou ainda que para 23% dos agricultores, pecuaristas e piscicultores o segmento precisaria muito de um auxílio financeiro, sobretudo os pequenos produtores. Para 20% dos entrevistados, uma ação mais emergencial agora seria a manutenção das estradas e pontes para garantir a circulação e facilitar a tomada de providências para recuperar os prejuízos. Na lista de demandas também está a necessidade de apoio para renegociação de dívidas e busca de linhas de crédito para a continuidade ou retomada das atividades no campo. O levantamento aponta que a maior quantidade de propriedades rurais atingidas está na região norte e do Bico do Papagaio, concentrando 61% dos atingidos.